segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A história das Estrelas (cont.)

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— Sim, ainda te lembras qual é? — E com esta simples frase, o Filipe interrompeu os pensamentos e as “esperanças” da Bia.

Agora já não havia muito a fazer, ele sabia que ela já não iria entrar em casa, pelo menos não agora, pelo menos não nas próximas horas. Era sempre assim que começavam, há muitos anos, as horas que passavam juntos a conversar. Ele picava-a, ela ficava chateada, começava a ir-se embora, ele dizia alguma coisa que sabia que a ia prender e ela voltava para ficar com ele.

— É aquela em W, não é?
— Ah! Afinal ainda te lembras! Queres saber a sua história? — E um sorriso de menino pequeno fez brilhar os seus olhos de 18 anos.
— Já sabes que quero… — E quando acabou de o confessar, reparou que sem se aperceber, se tinha deitado no braço do Filipe.
— Antes de te contar a história da Cassiopéia tenho de te apresentar a sua filha… A andrómeda… — E propositadamente fez uma pausa, para criar suspense, mas também para reparar no olhar atento com que a Bia o olhava — Mais conhecida por 3 Marias, são aquelas ali. Vês perto da cassiopeita, aquelas que estas assim em linha recta muito brilhantes. Já viste?
—  Hm Hm… —  Foi a única coisa que conseguiu dizer, tinha medo que se disse-se algo mais a magia da historia e do momento acabasse.
—  Pronto. Então como eu estava a dizer a Andrómeda era filha da Cassiopeia, uma rainha da Etíopia. Conta a história que um dia essa rainha ousou comparar-se as nereidas, filhas de Poseidon, deus do Mar. Tal comparação não agradou as Neredeias que exigiram de seu pai vingança. Então, Poseidon, enviou um monstro marinho para destruir o reino de Cefeu, marido de Cassiopeia…
—  Anh… — Bia estava admirada, como é que ele sabia sempre tantas histórias?
—    Porém, o oráculo daquela terra, sugeriu que para acalmar o Deus do Mar, Andrómeda fosse oferecida em sacrifício ao monstro marinho. Assim, ela foi acorrentada a um rochedo, mas Cetus um héroi salvou-a e a sua mãe, Cassiopéia como forma de punição foi transformada numa constelação.
— Oh, tão gira a história! Como é que sabes sempre estas histórias?
—  Isso não te posso contar, se não perdem o encanto e depois como é que consigo que fiques comigo a conversar?
A Bia corou, mas deixou-se ficar ali, a contemplar o céu estrelado e a ouvir o coração do Filipe ali mesmo ao lado.

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