quinta-feira, 29 de abril de 2010

Cada vez mais perto

Acabei de receber a carta da pastoral universitária a convidar os meus pais e família para a bênção de finalistas dia 15!!

Quem diria que já passou tanto tempo desde a altura em que isto era só um sonho distante. Agora faltam pouco mais de dois meses para ser enfermeira!! (resumindo em 2 palavras: ME-DO!)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

“Tudo por um beijo”

Das duas uma ou as rádios tem listas pré-feitas das musicas que passam durante o dia todo ou o destino anda a conspirar para que nós apanhemos sempre a mesma música todos os dias:

É impressionante, sempre que eu e a Joana fazemos um estágio juntas temos sempre uma canção de estágio porque a ouvimos todos os dias quando voltamos para casa… (não quer dizer que sejam boas, mas não somos nós que as escolhemos)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Como é possível?

Com a mania que anda por aí de se fazerem petições e grupos no facebook para tentarem mudar o mundo, como é que ainda não fizeram nada do género a pedir que o fim-de-semana tivesse pelo menos 3 dias? Não era pedir muito, eu acho que ficava equilibrado, 3 de fim-de-semana e 4 de semana…

É que andei a ansiar por este fim-de-semana a outra semana todo, foi o que me deu alento para aguentar aqueles dias no centro de saúde. E depois chegamos a sexta e quando vou a ver no dia seguinte já é domingo a noite! Assim não pode ser!

 

Não dá para nada! Deu para quê? Ficar na ronha até tarde no Sábado, almoçar às 16h (qualquer diz tenho de deixar aqui a receita que inventamos de “arroz de marisco” mas com massa chinesa, demora é um bocadinho, 1h30, ou nós é que estávamos lentos, que é o mais provável), ver um filme (Rapariga do brinco de pérola que retrata muito bem o livro), jantar, jogar pictionary, acordar domingo de manhã, almoçar, ir ao Jardim da Estrela (como é que é possível em 20 anos nunca ter descoberto aquela maravilha?), fazer o jantar e NÃAAAAOOO, já é domingo a noite, já é segunda-feira, mais uma semana!!

me you=we

Neste mundo sem tempo é tão difícil ter momentos “we”

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um dia (mais ou menos) não

Porque hoje o mundo real não estava muito bonito, refugiei-me aqui, nestes dois livrinhos. (sim li 2 num dia…)

O primeiro é uma comedia romântica de advocacia levesinha e gira, a segunda é uma comovente historia de natal. :) (li os 2 em portugues mas nunca encontro as capas bonitas na versão portuguesa)

domingo, 18 de abril de 2010

50 euros depois…

Sintra Abril 2010 037… cá está o lindo e verdinho bilhete para os Pearl Jam! Isto depois de a muito custo me separar dos meus 50 eurinhos (que dor no coração que me deu, tirar 50 euros assim de um vez das minhas poucas poupanças lol)

 Alive, dia 10 de Julho, eu vou! 

 

Agora até a musica que pus aqui soa melhor:

Yes, I understand that every life must end, uh-huh
As we sit alone, I know someday we must go, uh-huh
Oh I'm a lucky man, to count on both hands the ones I love
Some folks just have one, yeah, others, they've got none

Stay with me...
Let's just breathe...

Practiced all my sins, never gonna let me win, uh-huh
Under everything, just another human being, uh-huh
I don't wanna hurt, there's so much in this world to make me believe

Stay with me
You're all I see...

Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me

As I come clean...
I wonder everyday, as I look upon your face, uh-huh
Everything you gave
And nothing you would save, oh no

Nothing you would take
Everything you gave...

Did I say that I need you?
Oh, did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
And I come clean, ah...

Nothing you would take
Everything you gave
Hold me til I die
Meet you on the other side...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Beijos e cócegas

Continuando o post anterior, hoje consegui finalmente lembrar-me da canção toda, que a minha mãe me cantava e que terminava sempre com “beijinhos cantadinhos” (não sei explicar como são mas só sei que mesmo dados na bochecha me faziam cócegas nos ouvidos lool) e muitas cócegas:

“Xi, xi,
Coração
Pipinha do vinha
Caixinha do pão
Aaaa-miguinhos…
Do coraçãoooo!!”

É por isto que quando ela me diz que me vai dar um beijinho já estou toda encolhida e lhe digo: “mas não dês daqueles!!!” (dos cantadinhos)

P.S: esta musica não faz sentido nenhum,
e disse exactamente isto a minha mãe,
mas pelos visto era assim que lhe cantava…
realmente estas músicas infantis loool

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dia Mundial do Beijo

Beijinho

Desde de sempre que oiço a minha mãe dizer que nunca fui muito dada a dar beijos e ainda hoje, as vezes, ela me tem de dizer: “dá um beijinho à/o…” porque me costumo ficar pelo O sempre que posso. Porém depois há casos especiais em que já não me importo nada, de dar e já agora de receber… Eles podem ser na bochecha, na pontinha do nariz, na testa, atrás da orelha, no pescoço, na barriga, no umbigo, no joelho… Ups! Se calhar já chega, já perceberam a ideia =P.

Bem, mas hoje descobri que na terça feira foi o dia internacional do beijo, nem sabia que isso existia mas, o dia internacional do beijo foi criado em 1982 pelo garanhão Enrique Porchelo, que beijava todas as mulheres da sua vila italiana,  mesmo as casadas. Especificamente a 13 de Abril de 1982 aconteceu um facto inusitado, um padre francês que morava na mesma vila que o italiano propôs-se pagar um prémio em moedas de ouro todas as mulheres que ainda tinham sido beijadas na vila. Contudo como não foi encontrada nenhuma, o valor do prémio foi guardado  e todos os anos nesta mesma data eram procuradas mulheres que não tivessem sido beijadas para receber o prémio. Conta-se que naquela vila nunca nenhuma mulher ganhou o prémio. Entretanto o padre morreu e dizem que o prémio está escondido nalgum lugar da vila Italiana. Desde então a partir da Itália as pessoas comemoram, no dia 13 de Abril, o dia do beijo.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Um cidadão Exemplar

Segui o conselho aqui deste menino =P e “agarrei no meu gajo” ou melhor agarrámo-nos um ao outro e fomos ver esta obra da sétima arte:

História espectacular e representações fabulosas, é realmente um filme que supera as expectativas e a não perder!! (vá tirando as partes em que esparrinha sangue isso já se dispensa lol que eu sou menina e sangue só no hospital quando estou com a bata vestida, fora disso…nhecka dispenso!)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Feliz, feliz, feliz!

Ontem ofereceram uma “floresta branca” e eu fiquei tão feliz como uma criança em dia de natal, que não conseguia deixar de sorrir e só me apetecia andar aos saltinhos! :D

(Pronto, a verdade é que nunca me tinham dado um ramo flores)

Feira do Livro de Lisboa de 2010

Está quase, quase!!

splash_feiradolivro_lisboa Este ano vai-se realizar de dia 29 de Abril a 16 de Maio, no sitio do costume. Durante a semana do 12:30 às 23:30 e aos fins-de-semana das 11hoo às 23:30.

 

Já tem a lista de livros a comprar, pronta?

Uma Doce Recordação

Uma doce recordação

— Lembras-te? Naquele dia estávamos os dois sem saber o que fazer. Vá, quer dizer, tu sabias o que querias fazer, só não sabias bem como — relembrou a Bia com uma pequena gargalhada.
— Pois, mas tu também não ajudaste nada, fugiste para a praia, tive de andar à tua procura.
— Oh, porque eu já desconfiava que ias ir lá a casa e ainda não sabia muito bem o que te dizer, nem como olhar para ti… Estava tão envergonhada, eu tinha-te beija…
— Eu tinha-te beijado — Disseram em simultâneo, o que fez com que ambos se rissem.
— Tu é que me beijaste? Não fui eu? — Disseram novamente ao mesmo tempo.
— Se tu soubesses o quanto me tinha dado jeito, se eu tivesse percebido que também me tinhas beijado… Quer dizer eu percebi, mas na altura estava tão nervoso que pensei que tinha sido imaginação minha!  — Continuou Filipe, depois de uma nova gargalhada de felicidade.
— Ohh… E eu no meio daquela ansiedade toda, também já não sabia se tinha sido eu ou tu e fiquei tão envergonhada só de pensar que te tinha beijado… Nunca tinha beijado ninguém… — Acrescentou baixinho ao mesmo tempo que os seus olhos fugiam em direcção ao mar.

Os dias de sol tinham regressado, depois das chuvas que teimavam em persistir neste início de Primavera. Pelos vistos, Março tinha trocado com o Abril e este ano seria Março águas mil. No entanto, meteorologia não era um tema de conversa que interessasse a Bia e Filipe. Naquele dia estavam perdidos nas recordações de como tudo tinha começado.

— Estavas tão quietinha sentada lá em cima na falésia, a ver o mar. Pareceu-me que naquele momento o mundo tinha parado… — Até as gaivotas pareciam paradas no ar, maravilhadas a observar o espectáculo lá em baixo no rochedo, que delimita as planícies de campos de cultivo, que se estendem ao longo da costa. — Estive ali a olhar para ti, até que te apercebeste da minha presença e olhaste para mim com esses teu olhos sorridentes. Acho que me apaixonei por ti outra vez, naquele instante e ao mesmo tempo pensei: Bolas! Lá se vai a surpresa, agora já viu o girassol!
És tão tontinho! — Riram os dois — Eu nem reparei no girassol! Só quando mo deste mesmo, claro. Já me tinhas dado muitas flores, quando éramos pequenos estavas sempre a apanhar e a dar-me, mas esta foi especial!
— Já te disse porque te dei um girassol e não outra flor qualquer? — Perguntou Filipe com um ar matreiro, de quem estavas prestes a partilhar um segredo proibido.
— Hmm… parece-me que não. Também nunca tinha pensado nisso, mas diz lá.
— Queria dar-te a maior flor de todas para representar o tamanho daquilo que sentia por ti… Além disso, o girassol tem uma característica que eu gosto muito e que também tenho, gira para estar sempre de frente para o sol… E o meu mundo também gira todo à tua volta… És o meu Sol!
— Ohh…
— Na altura nem me lembrei de te explicar. Só tinha uma frase em mente e tinha de a dizer logo, antes que perde-se a coragem: Queres namorar comigo?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Grazie Amore <3

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O melhor que se pode fazer nas férias (cont.)

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Já a porta de casa da Bia combinaram encontrarem-se a seguir ao jantar, afinal estavam de férias não havia muito que fazer. E foi assim toda a semana, depois do almoço passavam a tarde na praia e depois do jantar, as horas eram passadas a ver as estrelas ou a andar de bicicleta aproveitar o calor das noites de verão. Não passavam um dia sem o outro e quando algum deles se atrasava para o que tinham combinado, havia qualquer coisa que os deixava inquietos, não sabiam bem o quê, mas só passava quando estavam juntos. Numa dessas noites, a Bia estava novamente entretida a contar-lhe sobre o livro, já o tinha acabado:

— No fim, ela ganha o concurso e os sapatos que o avô e a avó desenharam aparecem nas montras da colecção de vestidos de noiva ao lado de marcas famosas como Prada!! Já viste ela batalhou pelo sonho e consegui!
— Pois…
— Pois, o quê? Oh Filipe. não gosto nada quando fazes isso! Eu estou  falar contigo porque é que deixas de me ouvir?
— Estava só a olhar para ti, gosto do teus olhos… — Ups! Já tinha falado demais! Tinha decidido, melhor, tinha descoberto que estava apaixonado pela Bia. Porém, ainda não tinha encontrado maneira de lhe dizer, tinha de pensar em qualquer coisa, mas depois disto o que é que lhe ia dizer?
— Ah… — e sem conseguir dizer mais nada, perdeu-se também no olhar dele, que estava cada vez mais perto e reparava agora também nos seus lábios perfeitos e… Quentes… E… Macios… Espera lá! Estavam a beijar-se?! Estavam, agora não estavam mais, porque segundos depois de se terem apercebido já a magia se tinha perdido e dado lugar ao constrangimento.
— Haa… Bem até amanha, sabes eu tenho de…
— Pois, eu também. Até amanha, Filipe. — Acrescentou rapidamente Bia.

O caminho de casa da Bia até a sua, parecia interminável e aquele “bichinho” na sua cabeça não o estava a ajudar. Agora sabia que não era um bichinho, era a paixão que sentia por Bia, que lhe confundia os pensamentos. O que é que ia fazer agora? De certeza que ela não ia conseguir olhar outra vez para ele. Pior! Não conseguia perceber se o beijo tinha sido retribuído, ou se era apenas a imaginação dele que lhe dizia que sim. Estava a dar em doido! Amanhã tinha de pensar em qualquer coisa, porque hoje não conseguia.

Quem também não estava a conseguir pensar era a Bia, estava furiosa, mas não sabia bem porquê, nem com quem. A principal suspeita era ela própria, está claro. Era por ela ser tão confusa e exagerada que estava furiosa! Como é que não se tinha apercebido? Os dias todos com ele, aliás a vida toda com ele, sempre lindo, amigo, compreensivo, divertido… Ai estava apaixonada!! Tinha-o beijado!! Ou será que tinha sido ele a beija-la? Ai o que é que ia fazer? Amanhã não ia conseguir olhar para ele de tão envergonhada que estava.

Os minutos passaram todos lentamente durante a noite e o sono teimou em não apareceu. Quando o sol apareceu no horizonte Bia decidiu que não podia fazer nada. Afinal, ela era menina e não tinha coragem para aquelas coisas, mais eles eram amigos e aquela era uma amizade que ela não queria perder. Por isso, estava decidido, o remédio era continuar como se nada tivesse acontecido e ao mesmo tempo tentar perceber se ele também sentia alguma coisa. Aquela decisão resultou num soporífero milagroso, porque segundos depois Bia já repousava num leve sono.

Infeliz ou felizmente, Filipe não teve tanta sorte, nem uma ideia luminosa lhe devolveu o sono, tal foi a confusão que lhe passou pela alma durante toda a noite. Depois de tantas voltas na cama, por volta das oito da manhã, já estava na sala a olhar para a televisão, sem ver nem ouvir o que lá passava.

— Já não aguento mais tenho de fazer alguma coisa!

Um amor em tempo de guerra

“Querida Amélia,

Escrevo-te a ti primeiro porque sei que és forte e podes apoiar a minha mãe quando ela souber da notícia. Fui mobilizado para uma Missão ultramarina, foi assim que o meu sargento me disse, espero não ter trocado as palavras. O meu próximo destino é Angola. Parto daqui a dois meses. Agora posso ir a casa para me despedir e depois tenho guia de marcha para Lisboa parar formar batalhão e depois embarcar em África. Os meus colegas dizem que se vai de barco. Nunca andei de barco.

Eu sei que por esta altura o teu coração já deve estar a chorar, mas não vale a pena, nós já sabíamos que isto ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Vou cumprir a minha missão e defender a pátria. O meu pai e avô ficariam orgulhosos.

Eu sei que é pedir muito, mas eu volto…esperas por mim? Nesta altura é a única coisa que me importa. não quero pensar na guerra. Só quero saber se posso ir contigo no coração.

Espero estar aí daqui a menos de um mês. Nessa altura vou dizer à minha mãe que, sei, vai ficar destroçada.

Não sei que escrever mais, sabes que nunca fui muito bom com as palavras.

Do teu

António

27 de Fevereiro de 1968, Póvoa do Varzim”

in Um Amor em Tempo de Guerra,
de Júlio Magalhães

Eu sei que diz ali do lado que ainda o estou a ler, mas a verdade é que já o acabei há uma semana. Este é daqueles livros que nos prendem e que me deixava angustiada sempre o que parava de ler tanto era o meu envolvimento na enredo.

Aconselho! É uma historia que nós faz perceber um bocadinho daquilo que as famílias portuguesas passaram na guerra colonial.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O melhor que se pode fazer nas férias

Onze e meia da manhã, como é que tinha dormido tanto? Normalmente levantava-se as nove e meia. Olhou para o tecto, em redor e novamente para o relógio. Não, não estava a sonhar, estava no seu quarto e tinha mesmo dormido mais que o normal. Não estava a sonhar agora e ontem a noite será que tinha sido um sonho ou tinha mesmo ficado horas deitada no braço do Filipe a ver os céu estrelado e a conversar?

Bia, lembrava-se de tudo ao mais ínfimo pormenor: do som do coração do Filipe, da sua voz, do seu cheiro e do toque da sua mão no seu ombro… — Pois, não pode ter sido um sonho, se não, não me lembrava de tanta coisa. Espera lá, mas porque é que me lembro destes pormenores todos? — Depois de algum tempo a olhar para o tecto e a pensar, apercebeu-se de que tinha estado a falar sozinha e de que já tinha passado mais meia hora. Tinha mesmo de se levantar, era um desperdício tanto tempo na cama.

Depois do almoço, e de ter arrumado tudo (sim a mãe da Bia é bastante exigente com tudo o que diz respeito à arrumação, a cama tem de ser feita sem nenhuma ruga na colcha!) era altura de se deitar no seu banco de baloiço a ler. Nada podia ser melhor que um dia de sol, nas férias de verão, passado no jardim a ler…

— Olá!— Interrompia o Filipe com o seu sorriso os pensamentos de Bia — Que estás a ler?
— Ah! Olá! Hm… é só mais um romance. Chama-se Muito Valentine, já estou quase no fim. É muito giro, conta a historia de três gerações de uma família Italiana a viver em Nova York, que tem uma loja que faz sapatos, e a personagem principal é a neta que está a descobrir que também gosta de fazer sapatos e…

Enquanto a Bia relatava entusiasmadamente todo o enredo do livro quase de um fôlego só, já o Filipe se tinha perdido e há muito deixado de ouvir, estava encantado só com o som da voz de Bia. Desde há muitos anos que se encantava com as historias dos livros dela, mas ultimamente era mais do que isso, era como se um feitiço o levasse a querer ficar horas com ela.

O dia de Filipe tinha começado umas horas mais cedo que o de Bia, mas foi em quase tudo idêntico. No entanto, havia aquela pequenina coisa, aquele… como lhe chamar? Aquele “bichinho” seu cérebro sempre a sussurrar-lhe ao ouvido: O que estará a Bia a fazer? Gostaste muito de estar com ela ontem, não foi? Quando é que vais estar com ela outra vez? Não tens nada para fazer porque é que não vais lá?… O Bichinho foi tão insistente que quando se apercebeu estava a fazer-lhe a vontade, e foi assim que foi ali parar. Entretanto, tinha-se sentado ao seu lado no banco de baloiço de padrão florido já desbotado pelo sol, que se encontrava no jardim das traseiras da casa da Bia desde que se conseguia lembrar.

— … E agora estão em Itália a comprar os materiais para fazer o sapato que ela desenhou para o concurso. Não é gira a história?
— Hã? O quê? Ah! Pois a história é muito gira sim.
— Pois, pois… já vi que estive a falar para o boneco! Não ouviste metade do que eu disse! Afinal, estavas a pensar em quê?  
— Eu? Aaa… Estava a pensar que, apesar da historia ser gira, é um desperdício estares aqui deitada a leres, quando está este sol, mesmo bom para um passeio e uns mergulhos na praia. Que me dizes? — Respondeu atrapalhadamente o Filipe ainda meio perdido no feitiço.
— Hm… Está bem, deixa-me só ir lá dentro vestir o bikini. — A Bia estava prestes a descobrir que talvez sempre houvesse algo melhor para fazer num dia de Verão, que ficar deitada a ler.

Longas caminhadas e mil e um mergulhos depois, e já eram nove horas, o dia tinha passado a correr e nenhum dos dois tinha reparado. Correr, rir, chapinhar ao longo de toda uma tarde de praia cansa e por isso agora estavam os dois sentados na areia a conversar sobre tudo,  sobre nada, sobre qualquer coisa, era assim desde que se lembravam, havia sempre tema de conversa. Algures no meio da conversa, distraidamente a Bia olha para o relógio e dá um salto de susto.

— O que foi? — assustou-se também o Filipe.
— Já são nove horas! As nossas mães vão se passar, temos de ir para casa jantar! Eu nem disse para onde íamos!

Continua…

Requisitos mínimos para ser tia avó

Olá! Voltei!!

Depois de uma expedição ao norte do pais, ao belo do Minho, a casa dos meus avós. O motivo da viagem não podia ser mais evidente, a Páscoa! Para quem está habituada a passar a Pascoa nas terrinhas sabe que em Lisboa não há propriamente pascoa é apenas mais um domingo e por isso lá fomos nós.

Na terra da minha avó, a pascoa não é pascoa se a cruz não for a casa. E esta tradição implica que: a anunciar a chegada da cruz vá um menino a tocar uma campainha (que é um mini-sino);  nas casas haja uma mesa recheada de todos os tipos de doces, salgados, vinho do porto e tudo o que lá mais quiserem pôr; e toda a gente vista a sua melhor roupa, porque “os senhores da cruz” tem de ser muito bem recebidos, afinal eles trazem o Cristo ressuscitado!

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Enfim, isto acontece em todas as casas. Por isso, depois de beijar a cruz em casa da minha avó fomos a casa de todas tias e tios ali na redondeza. E, como não podia deixar de ser encontramos a tia Maria das bolachas, é a alcunha que lhe demos, porque como sempre que vamos a casa dela, nos impingiu comida, “oh minha filha, não comeste nadam estás tão magrinha. Como mais isto… e isto…”.

Isto tudo para concluir: é impressão minha ou antigamente ensinava-se às pessoas que para se ser uma boa tia-avó tinha que se apertar as bochechas e impingir sempre muita comida?